Uma descoberta arqueológica intrigante pode mudar a forma como entendemos a expansão inicial do cristianismo. Uma tigela de cerâmica de cerca de dois mil anos, encontrada na costa de Alexandria, no Egito, pode conter a mais antiga referência material conhecida a Jesus Cristo.
Para alguns estudiosos, a inscrição pode significar “Por Cristo, o cantor” ou “O mágico por meio de Cristo”. Jeremiah Johnston, especialista em Novo Testamento, afirmou em entrevista ao canal Trinity Broadcasting Network (TBN) no dia 22 de agosto que a peça data do século 1 d.C., período em que Jesus teria sido crucificado.
“A reputação de Jesus era de curador, milagreiro e exorcista. Essa taça pode ser um testemunho direto de como seu nome já era invocado em práticas espirituais logo após sua morte”, explica Johnston. Segundo ele, o artefato reforça a ideia de que a influência de Cristo se expandiu rapidamente além da Judeia, chegando a centros cosmopolitas como Alexandria.
Por outro lado, nem todos os acadêmicos concordam com a interpretação de que a taça se refira ao Cristo do cristianismo, destaca o jornal Daily Mail. Além disso, leituras alternativas colocam em dúvida a tese de que a peça seja a primeira menção arqueológica a Cristo.
Bert Smith, professor da Universidade de Oxford (Reino Unido), argumenta que a inscrição pode mencionar uma pessoa chamada Chrestos. O nome era comum na época, especialmente entre membros de um grupo religioso chamado Ogoistais.
Se confirmada a ligação da inscrição a Cristo, a “Taça de Jesus” representaria a evidência material mais antiga de sua existência fora dos textos bíblicos, datando de apenas algumas décadas após sua crucificação. Isso implicaria que a fama de seus milagres, como transformar água em vinho, multiplicar pães e peixes, curar enfermos e ressuscitar mortos, já circulava no Egito no século 1.Tal descoberta poderia levar a uma reavaliação do papel de Alexandria como centro de difusão das primeiras ideias cristãs. Por ali, elementos do judaísmo, do paganismo e do cristianismo nascente se mesclariam em um rico caldo cultural e espiritual.


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