quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Fusões de buracos negros rotações opostas confirmam teoria de Einstein


 

Cientistas da Colaboração Científica LIGO-Virgo-KAGRA descobriram duas fusões de buracos negros com características rotacionais inéditas, comprovando, novamente, que Einstein estava certo.

Os cientistas publicaram um estudo no final de outubro batizando os eventos de GW241011 e GW241110, destacando a precisão sem precedentes de aspectos centrais da teoria de relatividade.Mais uma vez, a teoria que Einstein propôs há quase 100 anos foi confirmada pelas ondas gravitacionais. O LIGO (Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser) detectou as ondas gravitacionais há cerca de uma década. Mas, agora, as duas fusões de buracos negros oferecem novos insights para estudos sobre a física fundamental.


A primeira fusão, a GW241011, ocorreu a 700 milhões de anos-luz da Terra e envolveu buracos negros de 20 e 6 massas solares. O buraco negro de maior massa teve uma das rotações mais rápidas observadas. O outro evento, o GW241110, detectado em novembro de 2024 a 2,4 bilhões de anos-luz. Na fusão dos dois buracos negros, o primário girava em sentido oposto a sua órbita.


Os cientistas acreditam que esses eventos indicam que alguns buracos negros resultam de fusões anteriores. De acordo com Thomas Callister, coautor do estudo, as duas fusões de buracos negros binários oferecem “insights empolgantes sobre o passado dos buracos negros”.



“As fusões duplas nos ensinam que alguns buracos negros existem não apenas como parceiros isolados, mas provavelmente como membros de uma multidão densa e dinâmica. Seguindo adiante, a esperança é que esses eventos e outras observações nos ensinem cada vez mais sobre os ambientes astrofísicos que abrigam essas multidões”, explicou Thomas Callister, coautor do estudo.


A alta sensibilidade dos instrumentos da LIGO-Virgo-KAGRA também permitiu detectar um harmônico superior na onda gravitacional de GW241011. Ou seja, um fenômeno raro semelhante a sobretons musicais, cuja observação é a terceira em toda história. Desse modo, os cientistas conseguiram testar, com detalhes inéditos, a solução de Roy Kerr para buracos negros em rotação. Assim, houve a confirmação do comportamento dos buracos negros que Einstein previu.


“A força e as propriedades extremas do GW241011 nos deram ferramentas sem precedentes para verificar se os buracos negros têm realmente a forma prevista por Einstein. E sim, eles têm”, afirmou Carl-Johan Haster, coautor do estudo.

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