terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

“Duna: Parte Dois” tem trama envolvente e supera 1º filme em quase tudo

 


Em 2021, a Warner Bros. Pictures lançou nos cinemas sua versão de uma obra detentora de uma legião de fãs e considerada “inadaptável”. Quase 40 anos após o fracasso da adaptação de 1984, “Duna” mostrou que era, sim, possível levar o universo de Frank Herbert às telonas. E agora, em 2024, “Duna: Parte dois” chega para concluir o arco iniciado anteriormente há três anos.

Na sequência, a narrativa mergulha o espectador ainda mais fundo na mitologia que foi construída ao longo de seis livros. Agora, com Paul Atreides (Timothée Chalamet) devidamente integrado à comunidade Fremen, o povo de Arrakis passa a enxergá-lo como o “messias prometido”. A crença que prevaleceu após os anos de influência da irmandade das Bene Gesserit.



Este é o pano de fundo para Denis Villeneuve (“Bladerunner 2049”) entregar, além de um “simples” sci-fi, uma discussão sobre fé e fundamentalismo religioso, que evoca algumas debates que temos na atualidade. Além disso, temas já abordados no longa anterior, como poder e colonialismo, estão de volta em “Duna: Parte Dois” e com mais camadas. Paul enfrenta o dilema de encarar seu destino e desencadear um conflito que poderá envolver as casas nobres que servem ao império ou lutar pelos Fremen e viver com seu grande amor, Chani (Zendaya), enquanto sabota o aparato de extração da Mélange, a “especiaria das especiarias”, substância essencial para as visões do agora líder da casa Atreides e também para as viagens estelares.


Timothée Chalamet brilha 

Por falar no protagonista, mais uma vez Chalamet mostra que é um talento raro em Hollywood. Desde que ganhou notoriedade em “Me chame pelo seu nome”, trabalho que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator, o americano vem mostrando muita competência para atuar em papéis dramáticos e também e outros mais voltados à comédia.


O elenco é um dos principais destaques do longa e além de trazer de volta nomes Zendaya, Rebecca Ferguson, Josh Brolin, Javier Bardem, Stellan Skarsgard e Dave Bautista, que brilharam no primeiro filme, “Duna: Parte Dois” tem as adições de Florence Pugh, como a princesa Irulan Corrino, Austin Butler, vivendo Feyd-Rautha, sobrinho do barão Vladimir Harkonnen. E Anya Taylor-Joy, que teve sua participação revelada recentemente — mas espere para descobrir quem é sua personagem no cinema porque é um tremendo spoiler.


São filmes irmãos, mas muito diferentes 

Assim como no primeiro, as quase três horas não passam de forma tão suave. Mas desta vez, a narrativa flui de maneira mais natural e menos arrastada. Não é difícil encontrar pessoas que, mesmo considerando o filme muito bem executado tecnicamente, acham “Duna” bastante chato. “Duna: Parte dois”, mesmo com alguns problemas de ritmo — ele pode ser meio lento em vários momentos –, é mais envolvente que seu antecessor e, no geral, também é um melhor filme.


O capricho na fotografia somada a trilha sonora assinada pelo alemão Hans Zimmer contribuem bastante para passar a todo momento uma atmosfera de grandiosidade. A obra vai muito além do “espetáculo visual” e entrega uma narrativa de maior impacto. São cenas de ação muito bem trabalhadas. Elas fazem jus aos quase US$ 200 milhões investidos na produção que tem tudo para se tornar um dos maiores marcos do gênero no cinema.


Este é um daqueles filmes que vale a pena ver na tela grande, seja para quem é fã de ficção científica, ou para quem é fã de cinema. Por fim, “Duna: Parte dois” estará disponível nos principais cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira (29).




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