O Brasil decidiu não aplicar o horário de verão neste ano, enquanto os Estados Unidos atrasam seus relógios no próximo domingo (3) na esperança de aumentar a produtividade dos trabalhadores.De acordo com um estudo da Universidade de Oregon, publicado no início de outubro, o horário de verão nos EUA afeta a produtividade dos trabalhadores mais do que se pensava.
Por lá, o horário de verão começa no segundo domingo de março e vai até o primeiro domingo de novembro. Esse período dura oito meses, ou cerca de 65% do ano. No Brasil, o último horário de verão durou menos de quatro meses.
Portanto, o estudo destaca que o longo horário de verão nos EUA pode afetar a produtividade dos trabalhadores por até duas semanas. Em contrapartida, Glen Waddell, pesquisador de economia do trabalho e co-autor do estudo, afirmou não identificar um efeito similar após o fim do horário de verão.
Segundo o economista, o fim do horário de verão nos EUA contribui para os trabalhadores serem mais produtivos no início da manhã.Para chegar à conclusão, o estudo observou a atividade de trabalho diária de mais de 174 mil pessoas que usaram a plataforma GitHub durante a transição para o horário de verão, entre 2013 e 2019.
GitHub é uma plataforma em nuvem utilizada por programadores, engenheiros de software e desenvolvedores, com mais de 83 milhões de usuários em todo o mundo.
Desse modo, os pesquisadores conseguiram analisar a atividade dos trabalhadores com enorme precisão. De acordo com Waddell, analisando hora por hora, foi possível observar padrões específicos de produtividade.
“No início da manhã, as pessoas começavam a trabalhar de modo instável e, consequentemente, tentavam recompensar a produtividade perdida durante o resto da tarde”, afirmou Waddell.
Contudo, os usuários do GitHub não representam todos os trabalhadores, embora forneçam dados sobre como a transição do horário de verão afeta a produtividade.
Posteriormente, os pesquisadores observaram o efeito do fim do horário de verão na produtividade dos trabalhadores. De acordo com o estudo, houve um pico de produtividade entre as 8h e as 10h, possivelmente pelo maior tempo de sono.
“As descobertas do nosso estudo são mais um motivo para abandonar esse experimento de mudança de horário”, enfatiza Waddel.
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