Com menos de um ano de funcionamento, o URSAL Bar, estabelecimento que se autodeclara como de “esquerda”, vai encerrar as atividades em uma de suas unidade na capital mineira. A próxima segunda-feira (12) marcará o último dia que a estrutura do bairro Santa Tereza funcionará.
Os proprietários alegam abusos autoritários por parte da Polícia Militar (PM), além de violências físicas e simbólicas, para justificar o fechamento. “A nossa calçada foi manchada de sangue, tivemos músicos e funcionários intimidados durante o trabalho, sofremos muitas ameaças e violência”, diz o comunicado divulgado pelo estabelecimento. Já a corporação afirma que atua de forma isonômica e apenas atende a acionamentos de vizinhos que reclamam do barulho gerado pelo bar.
Intimidação e perseguição
Ranara Feres, dona da Ursal, disse que as ameaças começaram quando abriram o bar, em janeiro deste ano. “Desde que começamos a funcionar convivemos com isso [ameaças]. Um funcionário já chegou a ser esfaqueado por um vizinho e constantemente a PM tem ido nos ameaçar”, disse.
Ranara lembra que há algumas semanas, um subtenente da PM esteve no espaço e ameaçou prender os músicos caso eles continuassem a cantar. “Esse subtenente vai constantemente no bar e, dessa vez, chegou com nosso alvará em mãos e começou a intimidar os músicos falando que iria prendê-los, caso não parassem de tocar”.
A documentação do comércio está em dia e, segundo Ranara, não há motivos para a fiscalização constante. “O que fazem com nós não acontece com os demais bares da região”, conta.
Para evitar que algo de pior aconteça, Ranara decidiu fechar o bar. “A sensação que fica é como se estivéssemos voltando à Idade Média, a falta de segurança faz com que a gente acredite que não exista Justiça”, desabafou.
Uma programação especial marca a despedida da Ursal Santê neste final de semana e na segunda-feira (12). A unidade da avenida do Contorno continuará funcionando normalmente.
BOs registrados por vizinhos
A Polícia Militar (PM), por meio do Comando de Policiamento da Capital (CPC), informou que suas ações são pautadas para a garantia da Lei e da Ordem Pública, de forma isonômica. De acordo com a corporação, vizinhos do bar no Santa Tereza registraram diversos boletins de ocorrência para relatar desentendimentos em decorrência de “excesso de barulho, som mecânico em alto volume no horário de 17h às 3h da manhã, gritarias e algazarras na madrugada”.
“A questão está em pauta inclusive no Conselho de Segurança do bairro, composto por líderes e moradores locais”, destacou a PM por meio de nota. Ainda assim, segundo a corporação, qualquer cidadão que entender que a conduta de algum policial militar foi excessiva ou que a atuação não condiz com a legalidade, “pode formalizar uma reclamação junto aos órgãos correcionais competentes”.
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