Usando um biorreator, cientistas criaram pedaços de carne de frango cultivada do tamanho de nuggets como uma alternativa sustentável à carne convencional. O equipamento permite criar tecidos que imitam vasos sanguíneos para fornecer nutrientes e oxigênio ao tecido artificial com aspecto realista. A nova pesquisa está disponível na revista Trends in Biotechnology.
Atualmente, a maioria dos métodos tem dificuldades de conseguir isso de maneira uniforme em larga escala. Por isso, pesquisadores da Universidade de Tóquio, no Japão, desenvolveram um biorreator de fibra oca perfusível. O sistema utiliza fibras minúsculas, semelhantes a tubos, que mantêm as células vivas e ajudam a guiar o crescimento celular na direção correta, devido às “microâncoras” que as mantêm no lugar.O resultado? Estruturas musculares mais fortes e (aparentemente) com melhor textura e sabor no cultivo de músculos de frango em laboratório. Além disso, para acelerar o processo, a equipe projetou um sistema robótico para auxiliar na instalação dessas redes de fibra, podendo levar à automação completa em breve.

De acordo com Shoji Takeuchi, autor sênior da Universidade de Tóquio, em um comunicado, replicar a textura e o sabor da carne inteira ainda é difícil. No entanto, a nova tecnologia “permite a produção de carne estruturada com textura e sabor aprimorados, potencialmente acelerando sua viabilidade comercial”.
O que esperar da carne de frango cultivada em biorreator?
Apesar de os pesquisadores defenderem a carne cultivada como uma opção sustentável e ética à carne animal, uma pesquisa sugeriu que sua produção em larga escala poderia liberar de quatro a 25 vezes mais gases de efeito estufa do que a indústria global da carne bovina, segundo o IFLScience.Por outro lado, o sistema desenvolvido pelos cientistas japoneses também pode ter outras aplicações úteis, como impressão de órgãos em 3D e robótica leve. Ou seja, sistemas robóticos projetados para serem pequenos e de baixo peso, sendo consequentemente mais ágeis e fáceis de mover.
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