segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Há 10 anos, só nascem meninas neste vilarejo polonês

 


No pequeno vilarejo de Miejsce Odrzanskie, na Polônia, nenhum menino nasceu ao longo da última década. Somente meninas. Estamos falando de um vilarejo que, além de ser um verdadeiro trava-língua, possui apenas 300 habitantes, e registrou o nascimento de 12 crianças na última década – todas mulheres.

O fato é tão curioso que o prefeito da cidade, Rajmund Frischko, chegou a oferecer um prêmio para a família que concebesse um menino. O último garoto a nascer na localidade, que fica próxima à fronteira com a República Tcheca, nasceu em 2009. “Muito já se falou sobre nós na imprensa, então eu penso até mesmo em usar o nome do próximo menino a nascer aqui para uma rua da cidade. E nós vamos plantar uma árvore em sua homenagem”, disse o prefeito ao jornal ‘The Telegraph’.



O fenômeno registrado no vilarejo polonês já chamou a atenção de vários cientistas, mas a verdade é que difícil explicar o que está acontecendo por lá. Como você provavelmente já estudou na escola, o sexo do bebê depende do cromossomo carregado pelo espermatozoide do seu pai. Um cromossomo X, combinado com o cromossomo X da mãe, gera uma menina. Ao mesmo tempo, um cromossomo Y com o cromossomo X materno gera um garoto. Na teoria, a “população” de cromossomos X e Y entre os espermatozoides é bem equivalente, portanto as chances são 50%/50%. Porém, há algumas controvérsias.


Existem alguns fatores que podem modificar a proporção de cromossomos X e Y entre os espermatozoides produzidos por um homem. Alguns garotos, por exemplo, herdam de seus pais uma pequena tendência a ter mais cromossomos X ou Y. Além disso, certas pesquisas indicam que a dieta da mãe pode influenciar nos espermatozoides que venham a fecundar o óvulo.


Mas apesar do interesse intenso de pesquisadores em Miejsce Odrzanskie, até o momento ninguém conseguiu bater o martelo e explicar com certeza por que só nascem meninas no vilarejo. E para alguns especialistas, pode ser apenas uma curiosa coincidência. É o caso de Craig Anderson, professor de estatística na Universidade de Glasgow, na Escócia. Em entrevista ao jornal ‘The Conversation’, Craig diz que o que acontece no vilarejo polonês pode não ser assim tão assustador.


De acordo com o professor, se considerarmos que as chances de nascer um menino ou uma menina são de 50/50, a probabilidade de nascerem 12 meninas consecutivamente em Miejsce Odrzanskie é de 1 em 4096. Em um primeiro momento, pode parecer uma probabilidade bastante baixa, mas o fato é que há a mesma possibilidade das crianças nascerem em alguma outra ordem definida (como menino-menina-menino-menina, por exemplo). No fim das contas, a verdade é que é sempre muito difícil acreditar que as coisas são fruto do acaso. Porém, em algumas situações, elas realmente são.


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