Pode parecer mentira, mas há sapos que voam. Os anfíbios que conseguem essa proeza são os Rhacophorus nigropalmatus, conhecidos popularmente como sapos voadores de Wallace. E eles são ainda mais surpreendentes: quando estão vulneráveis, um de seus principais disfarces é imitar a aparência de um cocô.
Disfarce aprovado
Para testar a validade do disfarce, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Viena testou as técnicas de camuflagem do sapo de Wallace. Para isso, eles pintaram 640 réplicas do animal, feitas em cera.
Em um terço, os pesquisadores utilizaram as cores do disfarce tradicional: pele alaranjada com as manchas brancas. Em outro terço, pintaram de verde, cor da superfície dos sapos adultos. Já no restante, utilizaram tons avermelhados, como os que aparecem nos anfíbios em sua fase juvenil.
Além da possibilidade de voar, o sapo adulto da espécie Rhacophorus nigropalmatus também utiliza sua cor verde vibrante como estratégia para afastar predadores. Mas, nesse caso, a coloração não é para o anfíbio se esconder, e sim para assustar outros animais.
Isso porque a cor marcante, em tons brilhantes, geralmente está associada aos chamados sinais aposemáticos, que alertam para a toxicidade de um bicho. É como um aviso de “não me coma”.
Quando os organismos alteram sua aparência dessa maneira para se adequar a uma nova fase da vida, a ciência chama de mudança de cor ontogenética.
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