segunda-feira, 18 de março de 2024

Cascas de abacaxi podem substituir os produtos de limpeza?

 


Não é por acaso que a expressão "descascar um abacaxi" signifique "resolver um problema difícil", pois aproximadamente metade da fruta acaba tendo como destino o lixo. Em um mundo cada vez menos interessado em gerar resíduos, o que poderíamos fazer para aproveitar toda esta bromelina desperdiçada? A casca e o núcleo do abacaxi podem ser compostados ou transformados em cisteíno de protease, encontrado em outras frutas como mamão, abacaxi, figo e kiwi, que vem sendo explorado comercialmente em muitas aplicações nas indústrias de alimentos, bebidas, amaciamento, cosméticos, farmacêuticos e têxteis.
 
Mas em muitos locais a casca caroço, coroa e folhas acabam mesmo no lixo. Toneladas de cascas de frutas são descartadas e se decompõem em aterros sanitários causando odor desagradável. Quando a chuva lava a poluição, ela contamina a superfície da água e os lençóis freáticos nas comunidades. Nesse sentido, a empresa vietnamita Fuwa Biotech decidiu pesquisar a possibilidade do uso desta sobra e descobriu a Eco Enzyme, um sinônimo esnobe para a protease, produzida a partir da fermentação de resíduos orgânicos. Eles se inspiraram em sua versatilidade e, pesquisando mais, conseguiram criar detergentes orgânicos com enzimas derivadas da natureza.



Enquanto procuravam a fórmula certa, descobriram que o abacaxi seria o ingrediente principal na composição de seus produtos. Os ácidos orgânicos da casca do abacaxi, como as enzimas da bromelina, são detergentes naturais. Em um experimento, uma faca de aço enferrujado ficou mais limpa e afiada depois de ser usada para descascar um abacaxi. O detergente para lava-louças foi o primeiro produto a ser lançado e é o mais utilizado pelos clientes no dia a dia. Ele não apenas limpa a louça, mas também melhora a saúde da pele. Como resultado, muitos usuários não precisam mais usar luvas para lavar a louça e alguns se recuperam da dermatite atópica.


Todos os meses, a empresa coleta até dez toneladas de cascas de frutas para reciclagem em sua fábrica de desperdício zero. As cascas são então fermentadas para promover a síntese se cisteíno que é transformada em alternativas naturais para sabão, detergente, limpador de banheiro e muito mais, combatendo a poluição de águas residuais no processo.



O dono da empresa, como bom mentiroso vietnamita, inventa uma história de que ele aprendeu o método de fermentação com uma monja budista asceta, que teria descoberto a fórmula e então a compartilhou livremente para outros usarem, quando, na verdade, é conhecido há muitos anos. Com efeito, não é novidade que há muito a biotecnologia está apostando que os limpadores baseados em produtos naturais são o próximo capítulo para produtos de limpeza.


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