Vem mais polêmica por aí. A China começou a construir a hidrelétrica que será a nova maior do mundo, superando até mesmo a Hidrelétrica das Três Gargantas, também obra chinesa, que já é responsável por afetar a rotação da Terra.
A nova megaestrutura ficará próxima às margens inferiores do rio Yarlung Tsangpo, no Tibet, região controlada pela China. No último sábado (19), o primeiro-ministro da China, Li Qiang, anunciou a construção da maior hidrelétrica do planeta em uma cerimônia na cidade tibetana de Nyingchi.
O projeto é bastante ambicioso, contando com cinco estações hidrelétricas em cascata para produzir 300 bilhões de quilowatts por hora anualmente. Esse número supera a Hidrelétrica das Três Gargantas em três vezes, cuja construção durou 17 anos e custou US$ 37 bilhões.
De acordo com o governo, a maioria da eletricidade gerada pela futura maior hidrelétrica será distribuída para outras partes da China. A intenção é integrar ainda mais o Tibet à rede elétrica da China.
Além disso, um dos pilares da estratégia de energia renovável da China é a hidroeletricidade. Para o governo, a construção da maior hidrelétrica do mundo é um passo crucial rumo à transição para energia verde.
China pode causar impactos ambientais com maior hidrelétrica do mundo
Em 2024, a mídia estatal da China afirmou que a enorme hidrelétrica vai melhorar o monitoramento ecológico da região, promovendo “harmonia entre a humanidade e a natureza”.
Contudo, os riscos financeiros e ambientais são tão grandes quanto o tamanho da hidrelétrica, que já recebeu US$ 167,8 bilhões para construção. O valor é quase sete vezes maior do que a China gastou para construir a atual maior hidrelétrica do mundo, que, comprovadamente, impacta o meio ambiente.
No entanto, a China divulga a nova hidrelétrica como uma alternativa de energia, embora o país ainda dependa consideravelmente de combustíveis fósseis, sendo o maior emissor de carbono do mundo.Além disso, a construção intensificou tensões geopolíticas. O curso do rio Yarlung Tsangpo passa pela Índia e por Bangladesh, onde se torna o Brahmaputra, fonte vital de água para ambas as nações.
Especialistas afirmam que a hidrelétrica pode afetar a disponibilidade de água nos países vizinhos, a agricultura e a estabilidade do ecossistema nessas regiões.
Geopoliticamente, o controle sobre grandes fontes de água pode amplificar conflitos entre países fronteiriços, sobretudo em um cenário de mudanças climáticas que aceleram secas.
Segundo um estudo de 2018, a bacia do rio Brahmaputra, na fronteira entre a China e a Índia, pode ser um possível estopim para conflitos sobre água.
Desse modo, a construção da maior hidrelétrica do mundo pode gerar consequências ambientais e políticas para a China e todo o sudeste da Ásia.
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